Provisoriamente não cantaremos o amor,
que se refugiou mais abaixo dos subterrâneos.
Cantaremos o medo, que estereliza os abraços,
não cantaremos o ódio, porque este não existe,
existe apenas o medo, nosso pai e nosso companheiro,
o medo grande dos sertões, dos mares, dos desertos,
o medo dos soldados, o medo das mães, o medo das igrejas,
cantaremos o medo dos ditadores, o medo dos democratas,
cantaremos o medo da morte e o medo de depois da morte.
Depois morreremos de medo e sobre nossos túmulos nascerão flores amarelas e medrosas.
Carlos Drummond de Andrade
Conte-me tudo...
Escreva para mim Lilica
Translate This Blog
sábado, 29 de dezembro de 2007
Congresso internacional do medo
Marcadores:
Carlos Drummond de Andrade,
LMA - myspace,
Poesia
Posts Relacionados
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Um comentário:
Oi querida,
Consegui uma beira de internet aqui em Curitiba pra vir te dizer que sinto saudades de você.
Bom 2008 pra você!
Beijos mil!
Postar um comentário