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sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Destino de viagem: Peru

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Viajar é um exercício a ser feito não só com a cabeça, mas também com o coração. Viajar é uma experiência a ser vivida não só com o coração, mas também com a cabeça. Esse conceito norteia June Locke Arruda, uma viajante por vocação que descobriu na estrada o prazer de aprender coisas novas e surpreendentes. Uma viajante que se renova a cada lugar visitado.

Para visitar o Peru - e o Lago Titicaca - é necessário estar preparado psicologicamente para ver com os olhos, mas também sentir com o coração. A despeito do turismo principal desse surpreendente país estar concentrado em Cuzco e Machu Picchu, não se pode desconsiderar o Titicaca, o lago navegável mais alto do mundo, repleto de história e beleza natural.

Originalmente habitado pela comunidade indígena chamada uros, o Titicaca é considerado um dos berços da civilização inca. Quando os incas, por volta do século 16, empreenderam a expansão de seu vasto império - que chegou a se estender do Equador ao Chile, atravessando a Cordilheira dos Andes em sua quase totalidade -, passaram a dominar os demais povos, incluindo os uros.

Mas essa situação durou pouco. Os uros formavam um grupo de não mais do que dez famílias e começaram a fugir em totoras, um tipo de embarcação fabricada por eles com fibra da região. A princípio, os uros viviam nesses barcos. No entanto, em decorrência de sua pouca durabilidade, adotaram o expediente de juntar as embarcações, dando origem à Ilha dos Uros.

Atualmente, uma das importantes fontes de renda dos uros é o turismo. Proporcionam passeios de barco a visitantes de todos os cantos do planeta, interessados em entrar em contato com uma cultura tão peculiar. Além da atividade turística, vivem ainda da venda de pescados e também trocam os peixes por batatas, milho e tubérculos em geral, mantendo viva a tradição indígena do escambo.

O Titicaca abriga hoje em dia 40 ilhas flutuantes da comunidade dos uros. Aproximadamente 3 mil pessoas vivem nelas. Há escolas, pequenos meios de hospedagem e até telefone. Ah, um detalhe fundamental: a língua oficial ali é o aimara, mas também é possível se comunicar sem dificuldade em espanhol.

TAQUILE

No imenso espelho d'água azul do Titicaca, que ocupa cerca de 8.200 quilômetros quadrados, a maior parte em território peruano, também está a Ilha Taquile, cuja comunidade fala o quíchua. Seus primeiros habitantes foram os púcaras, depois vieram os tiawahaki e os holla, até chegar aos incas. A população atual descende de todos esses grupos.

Ali, os nativos criaram um sistema político interessante: de tempos em tempos, 25 pessoas são escolhidas (no segundo domingo de novembro) para exercer funções do governo, incluindo o papel de ministro do Turismo. Os eleitos vestem roupas pretas, não recebem remuneração e devem ser casados.

Não há polícia. Eventuais problemas são resolvidos por um membro da comunidade com autoridade para tal. Outra particularidade: os habitantes de Taquile só comem carne na semana de 1º de maio. No resto do ano, a dieta é à base de milho, trigo, batata e pesca.

Também as relações sociais têm regras próprias: segundo a vigente tradição do Servicuray, os noivos vivem juntos por três anos para se conhecerem. Só depois é oficializada a união matrimonial. O divórcio, contudo, não é permitido.

Conforto e aventura nos trilhos até Puno

Comece a viagem por Lima, a capital do Peru. De lá, tome um avião para Cuzco, o antigo centro do império inca. Depois de passar por Machu Picchu, volte a Cuzco e, aí, pegue um trem até Puno, cidade que serve de base para desbravar o Lago Titicaca. Parece um roteiro maluco, mas é perfeito, acredite.

A caminho de Puno, vale pegar o trem Andean Explorer, da Peru Rail (www.perurail.com). A composição sai de Cuzco às 8 horas e chega a Puno às 18. A viagem é longa, mas muito proveitosa. Além do visual encantador da Cordilheira dos Andes, são feitas paradas em pequenos povoados, em que é possível comprar artesanato típico.

Também há entretenimento a bordo, com shows de música e desfile de malhas feitas com lã de alpaca. De quebra, os passageiros ainda podem aprender a preparar o pisco sour, a bebida nacional do Peru. Diversão na certa!

O serviço, aliás, é de alto nível e o trem, bastante confortável. Vale a pena desembolsar US$ 109 para viajar na primeira classe, que não deixa nada a desejar aos trens europeus.

Situada no altiplano, Puno fica na ponta oeste do Lago Titicaca, extremo Sul do Peru. A 3.810 metros acima do nível do mar, a cidade tem o ar bastante rarefeito e temperatura média de 8 graus. A cidade não tem grandes atrativos turísticos. Mas está à beira do Titicaca, bem perto do céu.


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