PROVAVELMENTE NINGUÉM se lembra da minissérie "Quem Ama Não Mata", que foi exibida nos anos 1980, na Globo. Na época, vários crimes passionais aconteceram, o que acabou se transformando em tema para a série. Os homens alegavam sempre "legítima defesa da honra".
Diziam que tinham sido traídos, que a mulher não prestava. Coisas do gênero. Muitos nem sequer foram condenados. A gente era criança. Mas, mesmo assim, nossa, como aquilo nos impressionava. "Como o mundo era machista", vocês devem estar pensando. Mas, então, a gente se depara com uma nova série de crimes passionais. O que ficou mais famoso foi o da menina Eloá.
Na semana passada, de novo, um ex-namorado matou sem motivo. A menina Marina foi morta com quatro tiros porque o ex não aguentou vê-la com outro.
Nós já ficamos bem raivosas com um fim de namoro. Mas, nos momentos de maior ódio, o máximo que fizemos foi mandar um e-mail revoltado. Ou ligamos e falamos barbaridades. Quando vimos nossos ex de braço dado com outra, até pensamos em sair correndo do recinto. Talvez tenhamos acabado a noite chorando no colo de uma amiga.
As amigas têm paciência de aguentar a gente falando sobre o mesmo assunto durante meses. E, no final das contas, acabamos achando ótimo nos livrarmos da ex-pessoa amada. Regra básica da existência: a fila anda.
Mas parece que alguns homens não suportam a rejeição. Em vez de sair por aí dando tiros, deveriam entrar na análise. Ou afogar a mágoa com os amigos. Chorar.
Ah, esquecemos, homem não chora. Mas, assim como a minissérie, essa história de homem não chorar é coisa do passado. E lidar com orgulho ferido e rejeição dói. Mas não é nada de mais.
Momento de histeria
O horror! O horror! O horror!
2 Neurônio.
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