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sábado, 30 de junho de 2007

Maior e melhor que amor...

Por Martha Medeiros/ O Globo



Às vezes me pergunto por que o amor, que dizem ser a coisa mais forte e importante que há, faz tanta gente sofrer. Entendo que algumas pessoas amam com impaciência, amam com possessão, amam com insegurança, amam com violência, amam com preguiça, amam das formas mais desajeitadas, e nada disso é coisa fácil de lidar. Mas o amor é assim mesmo, vem acompanhado de várias outras sensações, todas elas fora do nosso controle. O amor é lindo, mas também pode ser tenso, fóbico, difícil. Billie Holliday cantava: ¿Não me ameace com amor, baby/vamos só caminhando na chuva¿.


Chego à conclusão, então, de que se o amor é nobre e, ao mesmo tempo, ameaçador, deve existir algo muito melhor que amor. Muito maior que ele. Um sentimento que vários de nós talvez já tenhamos experimentado, só que, como esse sentimento nunca foi batizado, não o reconhecemos com facilidade. É difícil classificar as coisas sem nome.


Maior que o amor, melhor que o amor: um sentimento que ultrapasse todos os padrões convencionais de relacionamento. Que prescinda de fogos de artifício por ter chegado e também dispense velório por ter partido, que se instale sem radares em volta, que não nos deixe apreensivos para entendê-lo e nem para traduzir os seus sinais. Um sentimento que não se atenha à longevidade nem a uma intensidade medida pelo número de declarações verbais. Que seja algo que supere conceitos como matrimônio, família, adequação social. Que seja individualizado, amplo e sem contra-indicações.


O amor ¿ como o conhecemos ¿ é apenas um aprendizado, um estágio antes de a gente alcançar isso que é maior e melhor: um sentimento que independe da presença constante do outro, que confere leveza à vida, que nos deixa absolutamente plenos e livres. Plenos o amor nos torna; mas livres? Não. O amor termina e isso nos atormenta. Quando é maior e melhor que amor, não termina, mesmo quando a relação se desfaz.


É um sentimento que, quanto mais forte, mais calmo. Quanto maior, mais discreto. A gente não o pensa, não o discute, não o compara, não o idealiza. Ele simplesmente encontra asilo dentro de nós e cresce sem a aflição daquelas regrinhas impostas ao amor: ¿tem que cultivar, tem que reinventar, tem que...¿. Tem que nada. Tem que apenas curtir. É até bom que ele não tenha nome, símbolo, cor e teorias. Melhor assim, sem estampar capas de revista, sem que ninguém o use como argumento para cometer insanidades, sem virar mote para propaganda, sem fazer sofrer nas novelas e nem na vida.


Simplesmente enorme assim, sem ameaçar. Transcendente como um convite para caminhar na chuva.

http://blowg.pixelzine.com/bt.jpg



Como canta Jorge ben Jor:


Lá fora está chovendo


Mas assim mesmo eu vou correndo


Só pra ver o meu amor


Ela vem toda de branco


Toda molhada e despenteada


Que maravilha


Que coisa linda é o meu amor


Por intrebancários, automóveis, ruas e avenidas


Milhões de buzinas tocando sem cessar


Ela vem chegando de branco, meiga, linda, pura e muito tímida


Com a chuva molhando o seu corpo

Que eu vou abraçar


E a gente no meio da rua, do mundo, no meio da chuva


A girar


Que maravilha


Que maravilha


Que maravilha






2 comentários:

Osc@r Luiz disse...

Adoro a música.
Adorei o post.
Adoro você.
Adorei tudo!
Beijo!

Lilica Mora Aqui disse...

Queridissimo,

Adorei teu comentário!

beijo

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