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quinta-feira, 7 de junho de 2007

Viver não dói. O que dói é a vida que não se vive

Recebi mais um daqueles e-mails bonitinhos, apresentação em ppt, fotos lindas, musiquinha gostosa, texto falso do Drummond, ops! É isso mesmo, ainda está rolando aquele texto "Viver não dói" atribuído ao nosso querido Drummond. Algum tempo atrás, li no blog "Autor desconhecido não existe", um texto bacana sobre esse tema, resolvi publicar aqui, com todos os créditos a autora. Leia que vale a pena.

Deixem Drummond em paz

O texto é atribuído a Carlos Drummond de Andrade e ao Desconhecido. É mais um Frankstein. O original e de autoria da Musa do Autor Desconhecido, nossa amiga Martha Medeiros, que deve ter colado chiclete na cruz ou servido ki-suco na Santa Ceia. No texto que recebi por email, existem alguns enxertos, frases traduzidas que alguém achou que cairiam bem para "completar" a idéia. Comeram o título, tiraram boa parte do primeiro parágrafo. Foi crime premeditado. Não entendo por que essas pessoas não escrevem seus próprios textos ao invés de sair por aí alterando o texto dos outros.

Alteraram até o formato. Não se trata de poesia, mas de prosa. E é um comentário dela sobre uma frase de um poeta mineiro. Deixa eu destrinchar a coisa para que você entenda melhor:

Eis o texto original, da Martha Medeiros, publicado no site Almas Gêmeas :

"AS POSSIBILIDADES PERDIDAS
20 de agosto de 2002

Martha Medeiros

Fiquei sabendo que um poeta mineiro que eu não conhecia, chamado Emilio Moura, teria completado 100 anos neste mês de agosto, caso vivo fosse. Era amigo de outro grande poeta, Drummond. Chegaram a mim alguns versos dele, e um em especial me chamou a atenção: "Viver não dói. O que dói é a vida que não se vive".

Definitivo, como tudo o que é simples. Nossa dor não advém das coisas vividas, mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram.

Por que sofremos tanto por amor? O certo seria a gente não sofrer, apenas agradecer por termos conhecido uma pessoa tão bacana, que gerou em nós um sentimento intenso e que nos fez companhia por um tempo razoável, um tempo feliz. Sofremos por quê?

Porque automaticamente esquecemos o que foi desfrutado e passamos a sofrer pelas nossas projeções irrealizadas, por todas as cidades que gostaríamos de ter conhecido ao lado do nosso amor e não conhecemos, por todos os filhos que gostaríamos de ter tido junto e não tivemos, por todos os shows e livros e silêncios que gostaríamos de ter compartilhado, e não compartilhamos. Por todos os beijos cancelados, pela eternidade interrompida.

Sofremos não porque nosso trabalho é desgastante e paga pouco, mas por todas as horas livres que deixamos de ter para ir ao cinema, para conversar com um amigo, para nadar, para namorar. Sofremos não porque nossa mãe é impaciente conosco, mas por todos os momentos em que poderíamos estar confidenciando a ela nossas mais profundas angústias se ela estivesse interessada em nos compreender. Sofremos não porque nosso time perdeu, mas pela euforia sufocada. Sofremos não porque envelhecemos, mas porque o futuro está sendo confiscado de nós, impedindo assim que mil aventuras nos aconteçam, todas aquelas com as quais sonhamos e nunca chegamos a experimentar.

Como aliviar a dor do que não foi vivido? A resposta é simples como um verso: se iludindo menos e vivendo mais. "

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Um dos enxertos:

"A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida... Esta no amor que não damos, nas forças que não usamos, Na prudência egoísta que nada arrisca e que, esquivando-se do sofrimento, também perde a felicidade." -- Mary Cholmondeley

"Every day I live I am more convinced that the waste of life lies in the love we have not given, the powers we have not used, the selfish prudence that will risk nothing and which, shirking pain, misses happiness as well." Mary Cholmondeley

O enxerto final é retirado do livro " You gotta keep dancin' " de Tim Hansel, um livro de motivação escrito por quem sofreu um acidente e foi perseguido por fortes dores. Ele diz, entre outras coisas, que não podemos evitar a dor, mas podemos evitar a alegria.

"Pain is inevitable, but misery is optional. We cannot avoid pain, but we can avoid joy." (Tim Hansel)"A dor é inevitável, mas o sofrimento é opcional. Nós não podemos evitar a dor, mas podemos evitar a alegria" (Tim Hansel)

You Gotta Keep Dancin' by Tim Hansel"An amazing book by an amazing man who shares his thoughts, faith and even journal entries through his battle with chronic pain. Stress, disappointment, heartache, hurt -- all are part of the human condition. But while PAIN IS UNAVOIDABLE, MISERY IS OPTIONAL! The freeing message of this book is that no matter what your circumstances, with God's help, you can choose to be joyful. He speaks from experience."

E, por fim, o poema do autor mineiro que inspirou o plagiado texto da Martha Medeiros:

Canção (Emílio Moura)

Viver não dói.

O que dóié a vida que se não vive.

Tanto mais bela sonhada,quanto mais triste perdida.

Viver não dói.

O que dóié o tempo, essa força onírica

em que se criam os mitos

que o próprio tempo devora.

Viver não dói.

O que dóié essa estranha lucidez,

misto de fome e de sedecom que tudo devoramos.

Viver não dói. O que dói,

ferindo fundo, ferindo,

é a distância infinita

entre a vida que se pensa

e o pensamento vivido.

Que tudo o mais é perdido.

O texto-frankstein em uma de suas versões:

Viver não dói

Definitivo, como tudo o que é simples.

Nossa dor não advém das coisas vividas,

mas das coisas que foram sonhadas

e não se cumpriram.

Por que sofremos tanto por amor?

O certo seria a gente não sofrer,

apenas agradecer por termos conhecido

uma pessoa tão bacana,

que gerou em nós um sentimento intenso

e que nos fez companhia por um tempo razoável,

um tempo feliz.

Sofremos por quê?

Porque automaticamente esquecemos

o que foi desfrutado e passamos a sofrer

pelas nossas projeções irrealizadas,

por todas as cidades que gostaríamos

de ter conhecido ao lado do nosso amor e não conhecemos,

por todos os filhos que

gostaríamos de ter tido junto e não tivemos,

por todos os shows e livros e silêncios

que gostaríamos de ter compartilhado, e não compartilhamos.

Por todos os beijos cancelados, pela eternidade.

Sofremos não porque

nosso trabalho é desgastante e paga pouco,

mas por todas as horas livres

que deixamos de ter para ir ao cinema,

para conversar com um amigo,

para nadar, para namorar.

Sofremos não porque nossa mãe

é impaciente conosco,

mas por todos os momentos em que

poderíamos estar confidenciando a ela

nossas mais profundas angústias

se ela estivesse interessa

daem nos compreender.

Sofremos não porque nosso time perdeu,

mas pela euforia sufocada.

Sofremos não porque envelhecemos,

mas porque o futuro está sendoconfiscado de nós,

impedindo assim que mil aventuras nos aconteçam,

todas aquelas com as quais sonhamos e

nunca chegamos a experimentar.

Como aliviar a dor do que não foi vivido?

A resposta é simples como um verso:

Se iludindo menos e vivendo mais!!!

A cada dia que vivo,

mais me convenço de que o

desperdício da vida

está no amor que não damos,

nas forças que não usamos,

na prudência egoísta que nada arrisca,

e que, esquivando-se do sofrimento,

perdemos também a felicidade.

A dor é inevitável.

O sofrimento é opcional.

.Desvendado por Vanessa Lampert

5 comentários:

Guardião disse...

Viver dói, sim... E muito.
Mas se fosse fácil, não teria graça.

E como vai ser? Postagem em dose dupla?

Guardião disse...

Faltou...

Você escreveu "É mais um Frankstein"...
Só lembrando que o Frank não era o monstro, era o médico... O monstro era simplesmente "o monstro".

|Renata_Emy| disse...

Pra mim, no momento está doendo viver sim!!!

Como doi!

Rs...

Bjus lilicaaa

An@ disse...

Huumm... Não estou pronta pra falar a respeito... Talvez mais tarde.

Mas vim deixar meu abraço e meu novo endereço.

Anônimo disse...

Thanks :)
--
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