REVISTA DA FOLHA – 12/11/2006
cada um com seus problemas
Em matéria de sexualidade, vale realmente tudo -só depende de coordenadas como época, latitude e longitude. A variedade é tamanha que qualquer prática sexual precisa ser analisada diante de um contexto cultural, filosófico, histórico e econômico. "Não dá para transportar costumes de uma cultura para outra ou ignorar o período histórico. Na Grécia antiga, por exemplo, era costume o sábio transar com os meninos porque se acreditava que era uma forma de difundir seu conhecimento pelo sêmen. Hoje, essa prática é inaceitável", compara a psiquiatra Carmita Abdo, fundadora do Projeto Sexualidade da USP e do Museu do Sexo. Até por isso, antes de torcer o nariz para alguma preferência supostamente esquisita, é bom conhecer algumas peculiaridades sexuais espalhadas pelo mundo.
UMBIGO
Para os povos do arquipélago de Samoa (Pacífico Sul), é a parte mais excitante do corpo; não à toa, vive sempre coberto, embora o corpo permaneça quase nu. Já nas ilhas Célebes (Indonésia), o tesão está no joelho
BANGUELAS
Entre os nilotes (leste da África), quando chegam à puberdade, os meninos arrancam pelo menos dois dentes incisivos para ficar mais atraentes
FOFAS
Em Calabar (Nigéria) e nas ilhas Marquesas (Taiti), as mulheres obesas são as mais desejadas. As adolescentes ficam meses em "cabanas de engorda" para ganhar peso antes de serem oferecidas pela família para casamento
TUDO MENOS ISSO
Os esquimós das tribos copper e netsilik oferecem as mulheres como sinal de hospitalidade. Já entre os akhvakh, que vivem no sul da Rússia, o convidado "recebe" uma adolescente, com quem pode fazer todos os jogos sexuais, desde que o hímen permaneça intacto
CAÇA-FANTASMAS
Em Gana (África), as mulheres viúvas da tribo ashanti devem manter relações sexuais com um homem desconhecido para se libertar do espírito do falecido
FEITO À MÃO
Entre os antigos cossacos (da Ucrânia), sakha (Sibéria) e hopei (China), era costume os pais masturbarem os filhos para acalmá-los
PRÊMIO DE CONSOLAÇÃO
Os índios tucanos (Brasil) cultivavam o costume de "terceirizar" o rompimento do hímen das meninas. A honra era concedida a um ancião da aldeia -que, impotente, fazia o serviço com os dedos. Já os adolescentes tinham a primeira relação sexual com a própria mãe, na presença do pai
SEM TOQUE
Já entre os tikopias (Polinésia), é tabu o homem tocar seus próprios genitais ou os de sua parceira
MUNDO ANIMAL 1
Na tribo ijo (África), o rito de iniciação na vida adulta determinava que o adolescente copulasse com um carneiro na frente dos homens adultos. Entre os yorubas, também na África, o jovem caçador precisava transar com o primeiro antílope que matasse
MUNDO ANIMAL 2
Nas comunidades kajaba (Colômbia) e hopi (Arizona), a cópula com animais é incentivada entre os meninos para preservar as mulheres do grupo
BATGIRL
Em Botsuana, quanto maior os pequenos lábios vaginais, melhor. A partir da puberdade, eles são constantemente puxados para crescer. Outro recurso é matar um morcego, queimar-lhe as asas e passar as cinzas sobre cortes feitos em volta dos pequenos lábios -para que fiquem tão grandes quanto as asas do bicho
TRAÇÃO
E eles não ficam atrás: os homens da tribo caramoja (Uganda) amarram pesos no pênis para aumentar seu tamanho
CALANGO
Na tribo fang (Gabão), o homem deve manter relações sexuais com a mulher no primeiro dia após cessar o sangramento menstrual. A crença: em contato com o restante do sangue não expelido, o sêmen formará uma "criança-lagarto" que se dirigirá ao ventre da mulher
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