Conte-me tudo...

Escreva para mim Lilica

Translate This Blog

"Não tive filhos não transmiti a nenhuma criatura o legado de nossa miséria. Machado de Assis"
"Não tenho tempo pra mais nada, ser feliz me consome muito." Clarice Lispector.
"Sonhar é o melhor de tudo e muito melhor do que nada!" Luiz Fernando Veríssimo .

domingo, 8 de junho de 2008

Paixões extravagantes - Sérgio Roveri

Se você tem um namorado ou namorada que pertença à sua espécie, fale o seu idioma, viva no mesmo território e com quem você ainda consiga manter uma relação harmoniosa que independa de conflitos políticos, familiares ou financeiros, aqui vai um conselho: no próximo dia 12, comemore com convicção o fato de ter sido tão abençoado pelo amor. Porque a história é pródiga de exemplos de casais contra quem o destino parece conspirar o tempo inteiro. E não estamos falando apenas de Romeu e Julieta, não.
Caso tivesse existido desde sempre, o Dia dos Namorados dificilmente seria comemorado sem constrangimento por uma lista infindável de amantes, que habitam tanto a literatura quanto o teatro, o cinema, a televisão, a música e até o inocente universo dos desenhos e da animação. Um exemplo: em que bistrozinho romântico o Caco, aquele sapo verde que comanda a turma do Muppet Show, seria bem-vindo ao lado de sua fiel companheira, uma porca cor-de-rosa e de pavio curto chamada Piggy? Será que Maude, a velhinha simpática da peça Ensina-me a Viver, não atrairia olhares curiosos se convidasse para dançar seu namorado Harold, 60 anos mais jovem que ela e eternamente deprimido?
O amor não costuma, mesmo, ser convencional. E isso não é de hoje. O todo-poderoso Zeus, o manda-chuva da mitologia grega, precisava se disfarçar de touro, chuva ou cisne para conquistar suas amadas mortais longe dos olhos ciumentos de sua esposa, a megera Hera. Ainda na Grécia, o exigente (ou seria mais correto chamá-lo de misógino?) escultor Pigmalião, cansado de encontrar tantos defeitos no sexo feminino, decidiu esculpir uma estátua de marfim que resultasse mais bela que qualquer mulher que andasse sobre a Terra. A obra foi tão excepcional que o escultor enamorou-se dela e sofreu tanto por não ser correspondido por aqueles lábios de pedra, que Vênus, a deusa do amor, decidiu dar vida ao mármore – a mulher ideal que nasceu deste milagre foi batizada de Galatéia.
A rotina das paixões é, antes de mais nada, uma sucessão de artifícios capazes de driblar as adversidades e permitir uma sobrevida ao sentimento.

Fonte: Diário do Comércio, 06/06/2006

Nenhum comentário:

Álbum da Lilica - Fotos publicadas aqui

Arquivo do blog

Seguidores

Minhas visitas e meus contatos