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segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Achei muito curioso isso... Dá para acreditar? Brasileiros gastam com cultura como europeus

Cultura de consumo

Alessandra Duarte

O Globo - 19/10/2009

Pesquisas mostram que família brasileira gasta R$ 65 por mês na área cultural e não acha justo pagar mais que R$ 20 por produtos

A família brasileira gasta cerca de R$ 65 do seu orçamento do mês com cultura. Dessa fatia, a maior parte vai para os livros ou para os shows de música.

Esse perfil dos hábitos de consumo de cultura no país é fruto de duas pesquisas que acabaram de ser divulgadas: “Cultura em números — Anuário de Estatísticas Culturais 2009”, o primeiro anuário de estatísticas do setor, produzido pelo Ministério da Cultura (MinC); e “Consumo de cultura do brasileiro”, feita pela Fecomércio pelo segundo ano. O estudo do MinC mostra que, das despesas médias familiares por mês no país, R$ 64,53 são com cultura — ou 4,4% do orçamento. Para efeito de comparação, o gasto anual das famílias europeias com cultura há dez anos era de 2,7% na Lituânia a 5,8% na Dinamarca, segundo a Eurostat, órgão europeu de estatísticas. Já a Fecomércio revela que o item mais consumido é o livro — 30% leram algum em 2008, contra 71% dos europeus em 2007. E que o preço que o brasileiro acha justo pagar por um produto cultural não passa de R$ 20.

Produzido em 2007 e 2008, o anuário traz dados gerais, como número de espaços culturais no país (o Sudeste concentra a maioria) e dados de cada arte. A pesquisa usou como principal fonte o suplemento de cultura da “Pesquisa de informações básicas municipais” (Munic, do IBGE) de 2006.

Gastos mensais com setor em sexto lugar

O anuário traz as despesas familiares mensais com cultura. Nesse consumo, não importa a faixa de renda, a área fica em sexto lugar, com 4,4%. Mas a pesquisa ressalta que, se for somado ao gasto com livros, filmes etc. o gasto com telefonia — considerada pelo IBGE como consumo indireto de cultura, por serviços como internet —, ela vai para o quarto lugar. O setor está abaixo de habitação, alimentação, transporte, assistência à saúde e vestuário, mas acima de educação.

A pesquisa também separa a despesa com cultura por segmentos, como escolaridade da pessoa de referência da família (o chamado “chefe da família”). Quando essa pessoa de referência tem menos de um ano de estudo, a despesa com cultura é, em média, de R$ 8,50; quando tem 11 anos de estudo ou mais, o valor chega a ser dez vezes maior, R$ 86,83. E, quando a pessoa de referência da família é branca, a despesa com cultura é de R$ 45,49; quando é parda ou negra, cai à metade, R$ 22,15 a R$ 22,67.

Se a publicação do MinC traz o total do consumo de cultura no Brasil, a pesquisa da Fecomércio abarca as características desse gasto. Realizada em 2008 em 70 cidades do país, incluindo nove regiões metropolitanas, o estudo indica que o livro foi o item mais consumido ano passado: 30% dos entrevistados leram algum naquele ano. Uma explicação para isso pode estar no anuário do MinC, que mostra que a biblioteca pública é o espaço cultural mais presente nas regiões — segundo o MinC, em 89,1% dos municípios (há museus em 21,9% das cidades; teatros, em 21,2% delas; e cinemas, em 8,7%).

— Taí a resposta! — disse Beatriz Radunsky, gerente do Espaço Sesc, cuja rede faz parte da Fecomércio, ao saber do dado do anuário do ministério. — As pessoas não precisam necessariamente pagar para ler um livro, podem pegar emprestado.

Falta hábito cultural a quase 60% do público

A razão mais citada pelos entrevistados para não terem consumido um produto cultural foi ‘’Não tenho o hábito’’: em média, 57% não têm o costume de consumir livros, espetáculos de teatro ou dança, mostras, filmes ou shows. A diferença para a Europa é grande: segundo a Eurostat, na União Europeia, em 2007, pelo menos uma vez naquele ano, 71% leram um livro; 51% foram ao cinema; 41%, a um museu; 37%, a um show de música; e 32%, ao teatro.

É por falta de hábito que o casal Victor Grinbaum e Carol Herling não vai ao teatro.

Mas foi o ingresso um dos motivos pelos quais eles passaram a ir menos ao cinema.

— Já nos cobraram, num cinema no Leblon, R$ 25 por pessoa! Um ingresso de R$ 10 já está bom — disse Carol, de 29 anos.

Os dois gastam de R$ 40 a R$ 50 por mês com cultura, geralmente com livros, como os que olhavam na última quarta-feira na livraria na galeria do cinema Arteplex, em Botafogo.

— A gente compra muito em sebo, e também já peguei livro emprestado naquele serviço do metrô (Livros & Trilhos) — completa Grinbaum. — Livro não era para custar mais que R$ 50. E tinha que haver versões de bolso para os mais caros.

Entre os preços justos, CD e cinema a R$ 10 Para artistas, ensino de arte nos colégios deve ir além dos trabalhos manuais, incluindo matérias como música e teatro

Uma das perguntas mais interessantes do estudo da Fecomércio é “Em média, quanto você acha justo pagar?” (por um livro, um CD etc.). As respostas mostram que, para a população, o “preço justo” de muitos itens culturais fica bem abaixo do preço real: por um livro, o preço justo seria R$ 20; por uma peça, R$ 16; por uma exposição, R$ 13; pelo cinema, R$ 10; por um show de música, R$ 17; por um espetáculo de dança, R$ 14; por um CD, R$ 10; e por um DVD, R$ 13.

A TV como o principal divertimento

Na pergunta ‘’O que você faz nos seus momentos de lazer?’’, 52% responderam que veem TV.

E não aparece qualquer outro item cultural nas outras respostas — que traz hábitos como ir à igreja, dormir, ir a bares, fazer algum esporte ou ir ao shopping.

No anuário do MinC, com uma pergunta sobre as “práticas culturais” da população, “ouvir música” é a mais frequente.

— Boa parte dos bens culturais no país é cara. Fora TV aberta, o consumo de cultura não incorpora nem 20% dos brasileiros. Por isso o Vale-Cultura, que conseguimos aprovar na Câmara. E por isso estão criando agora uma lei que volta com o ensino de música nas escolas — diz o ministro da Cultura, Juca Ferreira, afirmando que o MinC foi o único ministério a ter feito um convênio com o IBGE em 2006, para produzir o anuário. — Precisamos criar um órgão de produção e sistematização de dados da cultura.

“Dá vontade de se jogar pela janela!” foi a exclamação do ator Ney Latorraca ao olhar os dados dos estudos. Para ele, o ingresso “justo”, de valor baixo, e a aquisição do hábito de consumo só vão se tornar realidade com subvenção à cultura e melhoria do ensino de arte nos colégios: — A Comédie Française tem uma subvenção fixa do governo francês. Se não for assim, haverá sempre a imagem do artista com pires na mão. E o ensino de cultura no colégio não pode ser só trabalhos manuais. O colégio tem que ensinar música, tem que ter teatro. O meu tinha.

É com a aula de coral na escola que Luana Sombra, de 9 anos, passou a estudar música regularmente.

— E ano que vem vai entrar na aula de dança, lá no colégio também — adiantava a madrinha, Judy Sajovic, na última quarta-feira, após ver com Luana, no Arteplex, “Tá chovendo hambúrguer”.

Para o cenógrafo Gringo Cardia, a sexta posição da cultura no consumo das famílias seria um bom lugar, porque primeiro viriam itens “para um cotidiano razoável”. Já o percentual que esse consumo representa...

— É muito pequeno. Só o hábito faz as pessoas consumirem, e ele tem de vir da escola fundamental — diz Cardia. — E a diferença entre brancos e negros é a falta de equivalência entre eles na economia. É uma cascata: sem nível financeiro, não há educação e, logo, não há cultura.

A atriz Claudia Jimenez chama os resultados das pesquisas de “uma tristeza”. O pior, na opinião dela, é a maioria das pessoas se distrair vendo TV e os preços que elas considerariam justos para a cultura.

— Um ingresso de teatro por R$ 16! Se elas soubessem quanto custa produzir uma peça.

Nem acho que pensam que teatro ou música, por exemplo, valha só isso, é que não têm consciência do que é resistir no Brasil fazendo arte — analisa Claudia, para quem a solução estaria numa parceria maior entre governo e artistas. — Tem que desburocratizar, ter subsídio.

Na medida em que trabalhamos por educação e cultura, estamos realizando um papel de Estado.

Cultura tinha que ser parte constante da educação. Ok, viva o pré-sal, mas vamos tirar uma parte disso para o teatro, a música, a literatura...

— Pela pesquisa, a entrada máxima inteira deveria custar R$ 30. Como são os teatros da prefeitura, de modo geral. Mas com R$ 30 você não sustenta peças de maior gabarito. Subvenção é a solução, para poder cobrar preços baratos — completa o diretor e autor Domingos de Oliveira. — Os menos aquinhoados e, portanto, menos informados estão doidos para consumir cultura, e é preciso fazer o Vale-Cultura ou qualquer coisa assim. Imediatamente.

Onde estão os projetosescola? A arte é uma coisa feita para melhorar a vida das pessoas.

Os governos, de um modo geral, não acreditam nisso.

Acham que é um enfeite no divertimento.

sábado, 12 de abril de 2008

Programe-se

Virada Cultural paulista 2008 está chegando.

Sampa se prepara para 4º edição da Virada Cultural. Neste ano, o evento está programado para os dias 26 e 27 de abril, das 18h às 18h.

Programação

Já escolhi alguns eventos.

segunda-feira, 10 de março de 2008

Mulheres na arte



Um panorama das mulheres na arte, desde os tempos medievais até hoje, pode ser acompanhado na coleção da Universidade de Wisconsin, que reúne 800 artistas. Além de divulgar obras de artistas importantes da história da arte, a coleção mostrar como, ao longo dos tempos, as mulheres têm representado a si mesmas.
800 Important Women Artists Medieval to Modern

sábado, 5 de janeiro de 2008

Cultura Brazuca

A Prefeitura de São Paulo quebrou cerca de 70 metros de calçada na madrugada de 30 de dezembro, veja só quanto esforço. O problema é que a calçada faz parte do projeto idealizado pela arquiteta Lina Bo Bardi (1914-1992) e ficam em frente ao Sesc Pompéia - SP, que está em processo de tombamento.

Em declaração a Folha, o assistente de obras da prefeitura explicou: "Trocamos o piso de prédios tombados na avenida Paulista. O objetivo principal [da padronização das calçadas] é garantir a acessibilidade." Veja a íntegra da matéria.

Credo, isso existe nessa cidade? Pensando melhor, pode ser, reforço de caixa talvez, o ano que vem é eleitoral e tal...

TCM (Tribunal de contas do Município)ainda existe? Cadê?

Outro exemplo da (falta de) cultura das autoridades brasileiras, aconteceu poucos meses atrás, matéria publicada também na Folha dava conta que a exposição em homenagem à atriz Marilyn Monroe (1926-1962) foi adiada pelo MAM-Rio (Museu de Arte Moderna do Rio), após a retenção das 62 fotos históricas da diva no aeroporto internacional de Cumbica, em Guarulhos (Grande São Paulo). Fiscais da alfândega desqualificaram as fotos como obra de arte. Lembra disso?

Fatos pavorosos como esses demonstram claramente que precisamos muito mais que comida nesse país.

Álbum da Lilica - Fotos publicadas aqui

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