Muito bom! O Xico Sá traduz com bom humor as mudanças de comportamento que vivemos.
Adoro ler você Xico, mas estou confusa, você seca muito meu time, sabe como é... Não é tua culpa eu torcer para o Palmeiras... Você, claro, é melhor do que eu....
QUANDO ELAS DIZEM ESTOU CONFUSA...
Xico Sá
E nos interessa sobretudo a enganação-mor, o clássico dos clássicos da nossa principal mentira. Aquela usada desde priscas eras, lembra?
Então dois pontos para acochambrar os parafusos da memória: “Estou confuso, não é culpa sua, você é ótima, mas acho que não vou lhe fazer bem nesse momento, bla-bla-bla-bla”.
Haja enganação, nove horas, truque, fraude...
Já faz tempo que essa desculpa _ “ESTOU CONFUSA...”_ só sai da boca delas.
Não faz mal, quantas vezes não usamos do mesmo artifício, da mesma falta de argumento, tá legal, eu aceito o fingimento...
Mas por favor, crias das nossas costelas, devolvam o meu caô, o meu 171, o meu agá, a minha enganação-mor, a minha forma de me livrar mais fácil e, de preferência, de forma indolor.
Encanta-me o avanço das mulheres em todos os campos e engrenagens pesadas, rebimbocas & parafusetas, só é desnecessário o quase plágio dos nossos discursos, ora, ora. Vocês não carecem disso, vocês são mais sofisticadas, mais inteligentes, mais lindas e labirínticas.
“Estou confusa...”
Estou confuso. Isso era apenas coisa de macho frouxo, não de elegantes mademoiselles. Tudo bem que vocês, belas raparigas, avancem em tudo, mas não careciam furtar logo o pior dos nossos defeitos.
Somente nesta última semana, deparei-me com quatro amigos sorumbáticos e macambúzios. Todos vítimas do “eu estou confusa, não é culpa sua etc...”
Devolvam o nosso discurso picareta, façam-me favor!
Nosso 171 exclusivo de volta!
É, amigos, toda vez que ouço um diplomático “estou confusa” saco logo meu velho serrote de galhas e chifres para poder, ao menos, entrar, humildemente, na porta de casa.